Alex Walsh, fundador e CEO da plataforma de inteligência artificial agentic Oraion, alerta que o debate em torno da automação costuma enfatizar riscos e esquecer oportunidades. Para o executivo, grandes líderes distinguem a IA como um instrumento de alavancagem, nunca como substituta dos profissionais.
Walsh reconhece que funções 100 % rotineiras estão mais vulneráveis, mas lembra que áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática dependem de «resolução de problemas, experimentação e nuance» — atributos que permanecem humanos. A diferença, segundo ele, está na velocidade: «entradas mais rápidas, saídas mais inteligentes».
Transparência e decisão humana no centro
O receio da liderança, observa Walsh, surge quando a tecnologia é mal-empregada ou pouco compreendida. A resposta passa por democratizar o acesso e tornar visível o uso da IA em todos os níveis da organização. «A ferramenta apoia a decisão; não substitui quem decide», resume. Quando colaboradores veem gestores recorrerem às mesmas soluções que lhes são oferecidas, o medo tende a dar lugar à curiosidade.
Ao longo da carreira, o CEO identificou um padrão: decisões baseadas em relatórios parciais, intuição ou dados desalinhados. Sistematizada de forma correta, a inteligência artificial apresenta o panorama completo em segundos. Isso não elimina cargos, mas conduz a escolhas mais acertadas e devolve tempo aos profissionais que planeiam, lideram e constroem. «O valor real não está apenas na automação, e sim na amplificação das capacidades humanas», afirma.

Com a popularização de «colaboradores virtuais», Walsh destaca a necessidade de separar funções operacionais de atributos exclusivamente humanos. Tendências, riscos e projeções podem ser gerados por algoritmos; porém, valores, confiança e responsabilidade permanecem fora do alcance das máquinas. «IA pode guiar, mas a decisão final é nossa», frisa.
Quanto ao futuro, o empresário prevê organizações mais enxutas, ciclos de iteração rápidos e menor tolerância a processos lentos ou empíricos. Equipas devidamente munidas de inteligência artificial tendem a superar as que ignoram a tecnologia. «Não se trata de substituir pessoas, mas de ajudá-las a entregar o seu melhor», conclui.