A Amazon prepara alterações profundas na sua linha de tablets Fire com lançamento previsto para 2026. A empresa pretende substituir o atual sistema Fire OS, reforçar o desempenho dos dispositivos e rever os preços para conquistar uma fatia maior do mercado dominado por Apple, Samsung e Lenovo.
Project Kittyhawk reorganiza hardware e software
Internamente denominado Project Kittyhawk, o plano estabelece duas frentes principais. Em primeiro lugar, os tablets de próxima geração receberão melhorias de hardware ainda não detalhadas, mas acompanhadas de um aumento substancial de preço. O modelo de referência, o Fire Max 11, comercializado hoje nos Estados Unidos por 230 dólares, deverá passar a custar cerca de 400 dólares.
Em segundo lugar, a Amazon deixará de utilizar o Fire OS, derivado do Android, que sempre restringiu o acesso a serviços externos ao ecossistema da empresa. Esta limitação, somada à ausência da Google Play Store e a atualizações pouco frequentes, reduziu a competitividade face aos principais rivais.
Com a mudança de sistema operativo, a gigante do comércio eletrónico espera tornar o catálogo de aplicações mais abrangente e, simultaneamente, destacar os seus próprios serviços. A estratégia visa sobretudo impulsionar ofertas baseadas em inteligência artificial, nomeadamente a versão avançada do assistente virtual Alexa+.
Objetivo: crescer além dos 8 % de quota
Atualmente, a Amazon detém aproximadamente 8 % do mercado global de tablets, ocupando a quarta posição no ranking de fabricantes. A revisão de preços e a adoção de um novo software procuram aproximar a empresa dos líderes do setor, alargando a base de utilizadores e, consequentemente, a utilização de serviços digitais como Prime Video, Kindle e o recém-anunciado conjunto de ferramentas de IA.

A reformulação não se limita aos tablets. Relatos internos indicam que a plataforma Linux Vega será adotada nos dispositivos Fire TV, sinalizando o abandono gradual de soluções baseadas em Android em vários segmentos de hardware da marca.
A combinação de hardware mais potente, sistema operativo renovado e maior integração com serviços de nuvem e inteligência artificial representa a aposta da Amazon para reforçar o portefólio e disputar espaço com Apple e Samsung nos próximos anos.