Halo X: óculos de IA que gravam e exibem informações em tempo real chegam por 249 dólares

A startup liderada por Ardayfio e Nguyen abriu as pré-encomendas do Halo X, óculos inteligentes que prometem funcionar como um “segundo cérebro” ao gravar, transcrever e analisar tudo o que acontece à volta do utilizador. O dispositivo custa 249 USD e, segundo o calendário divulgado, as primeiras unidades serão enviadas no primeiro trimestre de 2026.

Como funciona o Halo X

Externamente, o modelo assemelha-se a óculos convencionais, sem LEDs ou avisos visíveis de captação. No interior, integra um ecrã waveguide que projeta texto em verde diretamente no campo de visão do utilizador, mantendo a discrição e sem perturbar a visibilidade. Colunas embutidas completam o conjunto e a bateria promete oito horas de utilização contínua.

O sistema capta áudio em permanência, converte fala em texto em tempo real e envia a transcrição para uma aplicação móvel. Nessa app, motores de IA como Google Gemini e Perplexity tratam da análise e devolvem respostas contextuais, conselhos ou lembretes através do visor. A tecnologia de reconhecimento vocal é fornecida pela Soniox. De acordo com os criadores, os ficheiros de som são eliminados logo após a transcrição e não alimentam bases de treino nem são comercializados.

Quem precisa de graduação pode solicitar lentes corretivas, mantendo o design discreto pensado para uso diário. A proposta segue a linha de projetos anteriores da dupla, que já tinha testado os limites da privacidade com a aplicação I-XRAY, capaz de combinar óculos e reconhecimento facial.

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Questões legais e de privacidade

A ausência de indicadores visuais de gravação coloca o Halo X numa zona cinzenta em vários países. Na Alemanha, o artigo 201a do Código Penal proíbe a captação encoberta de conversas; em partes dos Estados Unidos e em França, legislações semelhantes exigem consentimento prévio. Especialistas em proteção de dados alertam que a normalização de dispositivos “sempre ligados” pode ampliar riscos para terceiros, sobretudo em espaços públicos.

Os desenvolvedores sublinham que não guardam nem vendem informações pessoais, mas admitem que a utilização responsável dependerá do bom senso dos compradores. Assim, a adoção em larga escala dependerá menos da tecnologia — leve, integrada e apoiada em infraestrutura de IA de ponta — e mais de como reguladores e sociedade irão enquadrar um acessório que escuta de forma constante.

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