Investigadores da Ulster University apresentaram um novo sistema de inteligência artificial, designado MIMONet, destinado a tornar as futuras ligações 6G mais rápidas, fiáveis e energeticamente eficientes. O trabalho é liderado pelo doutorando Yunis Daha, sob supervisão do Dr. Usman Hadi, na Escola de Engenharia, e conta com o apoio do professor Dewar Finlay, chefe da unidade.
Arquitetura leve para redes massivas
A sexta geração móvel assenta em sistemas massive multiple-input multiple-output (MIMO), nos quais milhares de antenas gerem sinais de milhões de dispositivos em simultâneo. Os métodos de deteção tradicionais sofrem para manter precisão ou exigem capacidade de processamento quase impraticável em tempo real. Segundo a equipa, o MIMONet ultrapassa esses limites ao recorrer a uma arquitetura de aprendizagem profunda leve, capaz de separar e identificar sinais mesmo em cenários extremamente ruidosos.
Testes laboratoriais indicam que a solução supera algoritmos clássicos e outros detetores avançados baseados em IA, mantendo consumo reduzido de energia e de recursos de hardware. O resultado, afirmam os autores, traduz-se em redes 6G mais rápidas, estáveis e económicas do ponto de vista computacional.
Aplicações em comunicações críticas
O desempenho garantido por MIMONet abre caminho a utilizações que exigem latência mínima e elevada fiabilidade, como veículos autónomos, robótica médica em tempo real e infraestruturas de cidades inteligentes. “Ao aplicar IA a um dos maiores desafios da engenharia de comunicações, melhoramos a precisão enquanto reduzimos a carga de processamento, algo essencial num mundo com bilhões de dispositivos ligados”, explica Yunis Daha.
Para o supervisor Usman Hadi, a inovação demonstra que a inteligência artificial pode oferecer uma solução prática para a escalabilidade e a eficiência energética exigidas pela próxima vaga de serviços digitais imersivos, transporte autónomo e cuidados de saúde remotos.
Investimento crescente em tecnologia 6G
Projetos de investigação focados em 6G têm recebido financiamento conjunto no Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos. Em junho, o Tyndall National Institute e a Universidade de Glasgow obtiveram apoio para estudar a mitigação de interferências em redes futuras. Mais recentemente, um consórcio que envolve a South East Technological University, a Queen’s University Belfast e a Virginia Tech recebeu fundos para reforçar a resiliência de infraestruturas 6G.
Com avanços como o MIMONet, a comunidade científica procura garantir que as redes de próxima geração consigam processar grandes volumes de dados de forma segura, rápida e sustentável, consolidando a base para serviços que dependerão de comunicações instantâneas e de alta fiabilidade.
