Pressionadas a entregar software cada vez mais rápido, as empresas enfrentam um duplo desafio: modernizar aplicações legadas e incorporar recursos de inteligência artificial (IA) em ambientes multicloud cada vez mais complexos. A questão esteve no centro do AppDev Done Right Summit, evento que reuniu especialistas do ciclo completo de desenvolvimento para debater gargalos de complexidade e falta de competências.
Segundo Paul Nashawaty, analista principal da theCUBE Research, a modernização de aplicações é hoje a prioridade “número um” para diretores de TI. O levantamento da consultoria indica que 67% das organizações contratam generalistas em vez de especialistas e que a maioria espera concluir iniciativas de modernização em 12 a 18 meses. Apesar de 24% das empresas almejarem publicar código a cada hora, apenas 8% alcançam essa cadência.
Plataforma aposta em simplificar do Day 0 ao Day 2
Nesse cenário, a Heroku, plataforma como serviço da Salesforce, apresentou no Summit a sua estratégia para reduzir atritos operacionais desde o planejamento (Day 0) até a execução contínua (Day 2). O objetivo é diminuir o tempo entre a primeira linha de código e a entrada em produção, mantendo visibilidade e automação em todo o pipeline DevSecOps.
De acordo com a diretora de marketing Betty Junod, desenvolvedores dedicam parte mínima do dia à criação de funcionalidades; a maior fatia é gasta configurando ambientes e ferramentas. Para atacar esse gargalo, a Heroku mantém suporte nativo a linguagens como Python, Go e Ruby, permitindo que equipas trabalhem no ambiente local habitual e façam o primeiro deploy com configuração mínima.
A integração direta com repositórios Git e a criação automática de review apps agilizam a validação de mudanças. Após a revisão humana, as promoções entre ambientes ocorrem sem passos manuais, tornando as fases Day 1 e Day 2 mais previsíveis.
Consistência de build e segurança embutida
A plataforma adota buildpacks e processo de rebasing para manter imagens de contêiner atualizadas contra vulnerabilidades, centralizando a gestão de dependências. Cada alteração gera um Software Bill of Materials que percorre automaticamente os estágios de integração e homologação antes de chegar à produção.

Para observabilidade e custos, a Heroku oferece métricas nativas, exportação de dados OpenTelemetry e escalonamento automático conforme a carga, permitindo ajustar recursos sem intervenção constante.
Preparação para a era da IA
O aumento do uso de agentes autônomos levou a empresa a atualizar o manifesto Twelve-Factor e lançar serviços geridos de inferência e agentes. A proposta é facilitar a inclusão de modelos de linguagem e frameworks como LangChain em aplicações já existentes, eliminando barreiras de infraestrutura.
Com a combinação de ambiente padronizado, automação de segurança e suporte a IA, a Heroku tenta posicionar-se como peça central na renovação de aplicações que precisam evoluir com rapidez e confiabilidade.