A escalada dos ciberataques e a adoção acelerada da inteligência artificial levaram as organizações a rever políticas de proteção, cópia e recuperação de dados. A Dell Technologies aposta numa abordagem de ciber-resiliência que integra segurança, backup, recuperação e automação baseada em IA para diminuir o impacto de incidentes que, cada vez mais, são tratados como inevitáveis.
Prioridade de gestão impulsionada por perdas operacionais
Segundo um estudo da theCUBE Research realizado no primeiro trimestre de 2025, com 600 empresas da América do Norte, Europa Ocidental e Ásia-Pacífico, 38 % dos inquiridos apontam a interrupção operacional como a consequência mais grave de um ataque, enquanto 33 % referem perdas financeiras. Mais de metade sofreu incidentes que comprometeram requisitos de governação de dados; entre estes, 66 % registaram exposição de informação sensível e 46 % perderam dados de forma permanente.
O cenário fez da ciber-resiliência um tema de conselho de administração. Para Rob Emsley, diretor de marketing de proteção de dados da Dell, o debate não se limita ao departamento de TI: proteger os conjuntos de dados usados para treinar modelos de linguagem é considerado essencial para a transformação digital.
MDR estendido à infraestrutura de backup
Com 44 % das organizações a declararem ataques dirigidos a sistemas de cópia de segurança, a Dell ampliou o seu serviço de Managed Detection and Response para supervisionar todo o portefólio de backup. A iniciativa resulta de uma parceria com a CrowdStrike e utiliza a plataforma Next-Gen SIEM, que combina integração de dados, IA, automação de fluxos e inteligência de ameaças.
O serviço recolhe telemetria proprietária dos equipamentos Dell e aplica 60 indicadores de compromisso desenvolvidos em conjunto com a CrowdStrike. O objetivo passa por reduzir vetores de ataque, acelerar deteção e resposta e garantir mecanismos robustos de recuperação.
Casos práticos e novas soluções de recuperação
O Ocean Observatories Initiative, projeto financiado pela National Science Foundation, ilustra a necessidade de planear a longo prazo. Com 2,8 PB armazenados e um crescimento mensal de 20 TB a 25 TB, a iniciativa colaborou com a Dell para definir um novo centro de dados de 10 M$ e proteger informação oceânica durante mais 20 anos. A arquitetura inclui Elastic Cloud Storage, PowerProtect Data Domain, Cyber Recovery Vault e velocidade de transferência de 60 Gb/s para recuperação rápida.

A Dell apresentou ainda o PowerProtect Data Domain All-Flash, que promete até quatro vezes mais rapidez na restauração e o dobro da performance de replicação, usando menos espaço e energia. Já o PowerStore Advanced Ransomware Detection recorre a análises de IA para validar a integridade dos dados e acelerar o regresso à operação após um ataque. A família PowerStore celebra cinco anos no mercado, com mais de 17 000 clientes globais.
Além das ferramentas, a Dell colabora com a integradora Technologent para colmatar a escassez de competências em IA e segurança. A parceira ajuda a desenvolver soluções de proteção para a plataforma Dell AI Factory, concebida para implementação rápida de ambientes de IA em clientes finais.
Analistas sublinham que a verdadeira ciber-resiliência exige estratégia abrangente, desde a seleção de fornecedores até ao desenvolvimento de código seguro. Num contexto de défice de profissionais especializados, a combinação de automação, IA e boas práticas de design é vista como fundamental para proteger ativos de dados e manter a continuidade do negócio.