Databricks Inc. fechou uma ronda de financiamento Série K de US$1 bilião, elevando o valor de mercado da empresa para mais de US$100 biliões e o total captado para acima de US$20 biliões. Segundo a companhia, os recursos serão direcionados à expansão internacional e ao avanço de duas iniciativas anunciadas em junho: Agent Bricks e Lakebase.
Foco em IA, serverless e crescimento financeiro
O Agent Bricks reúne num único espaço de trabalho ferramentas para criar e otimizar agentes de inteligência artificial. Já o Lakebase é uma base de dados serverless capaz de lidar simultaneamente com cargas transacionais e analíticas. A aposta nesses produtos acompanha o desempenho financeiro da Databricks, que ultrapassou um run rate de receita anual de US$4 biliões no segundo trimestre, marca 50 % superior à de 12 meses antes. Só a linha de soluções de IA já excede US$1 bilião em ritmo anual de vendas.
Mais de 650 clientes gastam acima de US$1 milhão por ano com a plataforma, contribuindo para uma taxa de retenção líquida superior a 140 %. A empresa também mantém fluxo de caixa livre positivo há um ano, indicador visto como chave no caminho rumo à rentabilidade sustentada.
Analistas observam, contudo, que a migração para infraestrutura totalmente serverless e o lançamento de um plano gratuito em junho podem pressionar os custos de operação. Para Rob Strechay, do theCUBE Research, esses fatores “podem criar neblina no modelo financeiro”, o que explicaria a decisão de captar recursos adicionais enquanto o capital permanece barato.
Planeamento de IPO e comparação com concorrentes
Rumores sobre uma oferta pública inicial circulam desde 2021, mas a liderança da Databricks afirma que só avançará “quando o momento fizer sentido”. Permanecer privada reduz a exposição a oscilações de mercado que afetaram rivais listadas, como a Snowflake Inc., avaliada em cerca de US$76,4 biliões. Especialistas veem espaço para ambas crescerem, descartando uma disputa de soma zero no setor de dados e IA.
A ronda foi co-liderada por Andreessen Horowitz, Insight Partners, MGX Fund Management, Thrive Capital e WCM Investment Management. A injeção de capital reforça a posição de caixa da Databricks para ampliar equipas, infraestrutura e parcerias globais, sem pressões imediatas para abrir capital.
