O aplicativo do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, apresenta sinais claros de desaceleração no crescimento de usuários. Análise da Apptopia, empresa especializada em inteligência de mercado para apps, mostra que os novos downloads globais recuaram 8,1% em outubro em comparação a setembro. No mês anterior, a retração já havia sido de 17,05% frente a agosto.
A redução ocorre depois de um pico expressivo em abril, quando as instalações avançaram 65,39%. Naquele período, a OpenAI havia acabado de liberar os modelos o3 e o4-Mini e ganhou visibilidade com tendências nas redes sociais associadas ao novo gerador de imagens lançado no fim de março.
Engajamento também sofre queda
Além da desaceleração nos downloads, o uso efetivo do aplicativo vem encolhendo. Nos Estados Unidos, principal mercado da plataforma, o tempo médio gasto por usuário ativo diminuiu 22,5% desde julho. No mesmo intervalo, a frequência diária de abertura do app caiu 20,7%, segundo a Apptopia.
Por serem dois indicadores distintos – tempo de sessão e número de sessões –, a queda simultânea aponta para perda real de engajamento, e não apenas para respostas mais rápidas ou maior eficiência da ferramenta.
Fatores que explicam a retração
Para a Apptopia, a desaceleração resulta de uma combinação de elementos. O primeiro é o esgotamento do “efeito novidade”, comum em aplicativos que explodem em popularidade logo após o lançamento e, gradualmente, se estabilizam. O segundo é o aumento da concorrência: o Gemini, assistente do Google, ganhou tração em setembro ao receber recursos de imagem, incluindo o modelo Nano Banana.

Imagem: Projeção indica queda de 8,1% nos novos downloads em outubro (imagem: Lupa Charleaux/Tecnoblog)
Embora o avanço do produto do Google contribua para a disputa por usuários, a empresa de análise destaca que a tendência de queda no engajamento do ChatGPT surgiu antes da expansão do rival, reforçando a ideia de que o impacto da novidade estava diminuindo.
Mudanças no modelo de IA também pesam
Atualizações no próprio ChatGPT aparecem como outro ponto de pressão. Em agosto, a OpenAI liberou o GPT-5 com a proposta de tornar as respostas “menos bajuladoras” e mais diretas. A alteração gerou críticas de quem considerava a nova personalidade do assistente menos “humana”. O CEO da companhia, Sam Altman, reconheceu as queixas e prometeu uma remodelação no estilo de comunicação, incluindo a permissão para conteúdo adulto entre usuários maiores de 18 anos.
A revisão anunciada por Altman surge no momento em que a taxa de crescimento das instalações se estabiliza e indicadores de uso se retraem. Resta saber se as futuras mudanças serão suficientes para reacender o interesse e recuperar os índices de engajamento registrados no início do ano.
Com informações de Tecnoblog