O Android vai deixar de aceitar a instalação de aplicações provenientes de desenvolvedores não autenticados. A Google anunciou uma expansão do seu processo de verificação que passa a abranger também os apps distribuídos fora da Play Store, alterando uma das caraterísticas mais conhecidas do sistema operativo.
Como funcionará a nova verificação
Desde o Android 13, as aplicações publicadas na Play Store já são submetidas a um controlo de identidade dos programadores e a testes de segurança alargados. A partir de agora, o mesmo procedimento será exigido para qualquer aplicação que o utilizador tente instalar por sideloading.
Para isso, a Google vai lançar uma nova Android Developer Console, plataforma onde ocorrerão o registo e a aprovação. Entre os dados solicitados estão identidade pessoal ou corporativa, nome do pacote da aplicação, chaves de assinatura e, no caso de organizações, número DUNS. Estudantes e programadores amadores terão um processo simplificado.
Cronograma de adoção
O programa entra em acesso antecipado em outubro de 2025 para um grupo restrito de criadores. A abertura a todos os desenvolvedores acontece em março de 2026. A imposição plena começa em setembro de 2026 no Brasil, Indonésia, Tailândia e Singapura, estendendo-se ao restante dos países até 2027.
A medida abrange todos os dispositivos certificados pela Google Mobile Services (GMS), como smartphones e tablets das marcas Samsung, Motorola, Xiaomi, OnePlus, Vivo, Nothing e a própria linha Pixel.

Motivos e impacto para o utilizador
Segundo a empresa, aplicações obtidas fora da Play Store apresentam probabilidade 50 vezes maior de conter software malicioso. Ao exigir identificação rigorosa dos autores, a Google pretende reduzir golpes, apps falsos e outras ameaças que afetam a segurança dos utilizadores.
Para o consumidor final, a principal mudança é que as definições de instalação de fontes externas passam a vir desativadas por padrão. Quem desejar continuar a usar repositórios alternativos ou instalar ficheiros APK terá de se certificar de que o programador completou o novo processo de autenticação.
A Google garante que, depois de verificados, os desenvolvedores manterão as mesmas possibilidades de distribuição já existentes — incluindo lojas de terceiros e downloads diretos —, mas qualquer aplicação sem selo de comprovação ficará impedida de ser instalada em dispositivos Android certificados.