São Paulo – A Ascenty pretende chegar ao fim de 2025 com mais de 40 data centers em operação ou construção na América Latina, informou o CEO Christofer Torto. A expansão busca acompanhar a crescente demanda por capacidade computacional gerada pela inteligência artificial.
Durante entrevista, Torto destacou a necessidade de aprovação do ReData, regime fiscal especial discutido pelo governo para reduzir tributos federais sobre investimentos em infraestrutura de data centers. Segundo o executivo, a medida é decisiva para que grandes provedores globais optem pelo Brasil em projetos de IA, diante da concorrência com diversos outros países.
De acordo com Torto, os data centers dedicados a inteligência artificial exigem instalações superiores a 100 MW. A Ascenty, que só constrói unidades a partir de 20 MW, calcula o custo médio de implantação em cerca de US$ 10 milhões por megawatt. Dessa forma, o próximo projeto, estimado em 200 MW, demandará investimento aproximado de US$ 2 bilhões.
A estrutura societária da companhia inclui a Digital Realty e o fundo Brookfield Infrastructure Partners. Torto afirmou que o Brookfield não planeja vender sua participação no curto prazo, preferindo acompanhar o novo ciclo de crescimento impulsionado pela IA.
Sobre a concorrência, o executivo avaliou que o mercado brasileiro não comportará um grande número de operadores e considerou improvável um movimento de consolidação. Ele argumenta que, para a empresa, construir novos ativos continua mais econômico do que adquirir players já estabelecidos.
O plano de longo prazo contempla a descentralização dos data centers. A Ascenty avalia regiões como Fortaleza, Minas Gerais, Sul e Norte do país para expansão nos próximos 15 anos, prevendo que a demanda por infraestrutura continuará a crescer por décadas.
No dia 26 de agosto, representantes do setor discutirão o futuro da infraestrutura digital no TS Data Center AI & Cloud Summit, evento presencial em Santana do Parnaíba (SP) organizado pelo Tele.Síntese.