Usuários brasileiros do Instagram passaram a deixar milhares de mensagens no perfil da ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, em reação à tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros. A mobilização ganhou força depois que o mandatário norte-americano restringiu os comentários em suas próprias publicações na quinta-feira (10).
Com o bloqueio temporário no perfil oficial de Trump, a insatisfação se espalhou para contas de pessoas próximas ao presidente, como o vice-presidente J.D. Vance e o perfil oficial da Casa Branca. Frases como “Brasil soberano”, “o Brasil não é seu quintal” e “deixe o Brasil em paz” tornaram-se recorrentes nos campos de comentários. Também são comuns pedidos para que Melania “controle” o marido, além de apelidos como “Senhor Laranja” direcionados ao chefe de Estado norte-americano.
Cenário da tarifa
A ofensiva virtual começou dois dias após Trump enviar, na quarta-feira (9), uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva notificando a criação da tarifa. No documento, o norte-americano citou o ex-presidente Jair Bolsonaro e classificou o julgamento dele no Supremo Tribunal Federal como “vergonha internacional”.
Em resposta, Lula declarou que o Brasil não aceitará tutela estrangeira e que adotará medidas de reciprocidade econômica caso a taxação seja mantida. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestaram preocupação, afirmando que não há justificativa econômica para a medida e alertando para riscos de demissões no país.
Origem da expressão “quintal”
Muitos comentários relembram a fala do secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, que em abril chamou a América Latina de “quintal” de Washington durante entrevista à Fox News. A declaração é apontada por internautas como sinal de desrespeito à soberania dos países da região.
No fim da quinta-feira, Trump voltou a liberar comentários em seus posts, mas o fluxo de mensagens nos perfis de Melania, Vance e da Casa Branca persistiu. Até a noite de sexta-feira (11), a expressão “Brasil soberano” seguia entre as mais publicadas.
Nas redes sociais, a mobilização se mantém como forma de protesto à barreira tarifária, enquanto o governo brasileiro avalia possíveis contramedidas comerciais.
Com informações de G1
