A valorização das competências práticas está a redefinir o mercado de trabalho. Em 2025, cresce a procura por profissionais new-collar, empregados que chegaram a funções técnicas através de percursos não tradicionais, como bootcamps, cursos técnicos ou certificações específicas, em vez de graus académicos formais.
O que caracteriza o profissional new-collar
Ao contrário dos modelos clássicos de white-collar e blue-collar, o termo new-collar descreve quem combina domínio técnico com soft skills, adquirido fora dos habituais quatro anos de universidade. Estes profissionais emergem de instituições mais pequenas, formações online, estágios remunerados ou programas intensivos de curta duração. A sua aceitação acompanha a tendência de contratação baseada em competências, prática que muitas empresas adotam para reduzir a escassez de talento qualificado.
Setores com maior procura
Relatórios recentes apontam quatro áreas onde o perfil new-collar já é padrão:
Tecnologia e software – tarefas de computação em nuvem, desenvolvimento web, suporte de TI e design de experiência de utilizador requerem atualização constante, fator que favorece certificações rápidas e focadas.
Cibersegurança – a expansão de ameaças digitais cria vagas para analistas e técnicos capazes de gerir sistemas complexos, muitas vezes formados em academias especializadas.
Engenharia e automação – manutenção de robôs e serviços de campo exigem competências práticas em eletrónica e programação, acessíveis através de escolas técnicas.

Saúde – posições como codificador médico e técnico de farmácia valorizam treino direcionado e certificado, substituindo, em alguns casos, estudos universitários prolongados.
Por que optar por um caminho alternativo
O ensino superior tradicional representa custos elevados e dedicação a tempo inteiro, realidade que não se ajusta a todos os perfis. Programas modulares permitem conciliar trabalho e estudo, reduzir despesas e entrar mais cedo no mercado. Além disso, alguns candidatos preferem aprender competências específicas consoante a evolução tecnológica, em vez de seguir um currículo fixo.
Como competir por vagas
Num processo de seleção, o candidato new-collar deve demonstrar resultados concretos para equiparar‐se a quem possui diploma universitário. Apresentar projetos práticos, certificações relevantes e exemplos de aplicação das competências ajuda a evidenciar valor imediato para a empresa. Essa abordagem responde à principal preocupação dos empregadores: como o colaborador transformará conhecimento em desempenho.
A convergência entre necessidade empresarial e percursos formativos flexíveis indica que a carreira new-collar tende a consolidar-se. Para quem busca inserção rápida em áreas técnicas e de crescimento acelerado, 2025 mostra-se um ano decisivo.