São Francisco (EUA) – Jensen Huang, diretor executivo da Nvidia, declarou que a inteligência artificial deverá ampliar a produtividade nas empresas, mas também pode eliminar postos de trabalho caso os setores produtivos não apresentem novas ideias.
Em entrevista ao jornalista Fareed Zakaria, da CNN, Huang respondeu a previsões do cofundador da Anthropic, Dario Amodei, que prevê “perturbação em massa” no mercado de trabalho. Amodei estima a extinção de metade dos cargos iniciais em áreas administrativas e uma taxa de desemprego de até 20% nos próximos cinco anos.
Produtividade depende de inovação
Para Huang, o impacto da IA sobre empregos está diretamente ligado à capacidade de as empresas renovarem seus modelos de negócio. “Se houver novas ideias, produtividade e emprego avançam juntos; sem ambição, o aumento de eficiência se converte em menos vagas”, afirmou.
Pesquisas recentes reforçam a preocupação. Levantamento global do Adecco Group, publicado em 2024, mostra que 41% dos presidentes de companhias preveem redução de quadro nos próximos cinco anos devido à IA. Outro estudo, do Fórum Econômico Mundial, indica que 41% dos empregadores planejam cortar funcionários até 2030 pela automação.
Nvidia no centro da revolução
Com valor de mercado que chegou brevemente a US$ 4 trilhões, a Nvidia fornece os processadores usados por gigantes como Microsoft, Amazon e Google em centros de dados que sustentam modelos de IA e serviços em nuvem.
Defensor do avanço tecnológico, Huang recorda que, nos últimos três séculos, aumentos de produtividade caminharam ao lado da geração de empregos. Ele vê na IA um “equalizador” que amplia oportunidades para quem não domina conhecimentos técnicos.
Transformação do trabalho já começou
De acordo com pesquisa de 2024 da Universidade Duke e dos bancos centrais de Atlanta e Richmond, mais da metade das grandes corporações norte-americanas planeja automatizar rotinas como pagamentos a fornecedores e faturamento. Empresas também recorrem a plataformas como ChatGPT para redigir anúncios de vagas, comunicados e peças de marketing.
O próprio executivo da Nvidia reconhece ter visto mudanças em suas atribuições diárias, mas destaca que continua no cargo. Ele defende que o desafio central para trabalhadores e empresas é transformar os ganhos de eficiência em novos produtos, serviços e postos de trabalho.
