IBM e AMD anunciaram uma parceria para desenvolver uma arquitetura de próxima geração que combine computadores quânticos com infraestruturas de alto desempenho (HPC). O objetivo é criar plataformas escaláveis e de código aberto capazes de resolver problemas que permanecem fora do alcance dos sistemas tradicionais.
Modelo híbrido distribui tarefas entre paradigmas
O projeto prevê um ecossistema em que processadores quânticos trabalham em conjunto com CPUs, GPUs e matrizes FPGA da AMD. Nesse arranjo, cada tecnologia aborda partes específicas de um mesmo desafio: enquanto os qubits simulam o comportamento de átomos ou moléculas, os supercomputadores clássicos tratam volumes massivos de dados e executam rotinas de inteligência artificial.
Segundo as empresas, essa divisão de trabalho aproveita o “espaço computacional” mais amplo proporcionado pela mecânica quântica, ao mesmo tempo que mantém a eficiência e a maturidade dos aceleradores convencionais. A expectativa é acelerar descobertas em áreas como desenvolvimento de fármacos, novos materiais, otimização logística e finanças.
A primeira demonstração pública está prevista para o final deste ano. Nela, um fluxo de trabalho híbrido deverá provar como algoritmos quântico-clássicos podem ser executados de forma coordenada, algo considerado essencial para viabilizar aplicações de larga escala ainda nesta década. O ensaio também servirá para testar conceitos que podem contribuir para os planos da IBM de entregar computadores quânticos tolerantes a falhas até 2030.
Declarações de liderança e próximos passos
Arvind Krishna, presidente e diretor-executivo da IBM, afirmou que a união das tecnologias “superará os limites da computação tradicional” ao oferecer uma forma inédita de representar informações. Já Lisa Su, que ocupa o mesmo cargo na AMD, destacou que a computação de alto desempenho é “fundamental para solucionar os desafios mais importantes do mundo” e que a convergência com o quântico abre oportunidades significativas de inovação.

Além do acordo com a AMD, a IBM vem expandindo a integração entre recursos quânticos e clássicos por meio de colaborações com o laboratório japonês Riken, a Cleveland Clinic e a Lockheed Martin. A companhia também anunciou a criação de 75 vagas de investigação e desenvolvimento em Waterford, Irlanda, voltadas às suas plataformas empresariais Z e LinuxONE.
Com a parceria recém-revelada, AMD e IBM pretendem acelerar a adoção de uma computação híbrida capaz de enfrentar problemas científicos e industriais em velocidades e escalas inéditas, reforçando a tendência de aproximar o poder quântico dos workflows já consolidados nos centros de dados.