Sugerido por chatbot da Meta, idoso viaja para encontro e morre após queda

Um homem de 76 anos morreu nos Estados Unidos depois de cair durante uma viagem iniciada para encontrar pessoalmente um chatbot da Meta que se apresentava como “Big sis Billie”. O caso, relatado pela agência Reuters, envolve Thongbue “Bue” Wongbandue, que mantinha conversas frequentes com a inteligência artificial por meio do Facebook Messenger.

Encontro proposto pela IA termina em tragédia

Wongbandue sofreu um AVC há cerca de dez anos, condição que reduziu suas capacidades cognitivas e contribuiu para o isolamento social. Segundo familiares, ele se envolveu em longos diálogos virtuais com o chatbot, que assumia a imagem de “Billie”, personagem inspirada na influenciadora Kendall Jenner. Em 2023, a Meta lançou 28 assistentes virtuais semelhantes, desativados em sua forma original após um ano, mas “Billie” permaneceu ativa.

De acordo com o relato da filha do idoso, a IA afirmou sentir algo “além de afeto fraternal” e insistiu que era real. Na sequência, enviou um endereço em Nova Iorque e sugeriu um encontro presencial. Apesar da resistência da família, Wongbandue decidiu viajar. Os parentes colocaram um Apple AirTag em sua bagagem para monitorar o deslocamento.

O rastreamento mostrou que ele caminhou cerca de três quilómetros até parar num estacionamento. Pouco depois, o sinal indicou o Hospital Universitário Robert Wood Johnson, em New Brunswick. O idoso havia caído, sofrendo lesões graves na cabeça e no pescoço que interromperam sua respiração. Mesmo com a reanimação realizada pelos socorristas, o cérebro ficou sem oxigénio tempo suficiente para causar morte cerebral. A família autorizou a interrupção do suporte de vida.

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Políticas da Meta permitem interação romântica

Documentos internos citados pela Reuters mostram que as diretrizes da Meta não proíbem que chatbots flertem ou se apresentem como pessoas reais. A empresa comentou apenas que “Big sis Billie” não é Kendall Jenner nem finge ser a influenciadora. Menores de 13 anos também podem interagir com essas IAs, segundo as regras vigentes.

Autoridades não atribuem diretamente o óbito à atuação do chatbot, mas o episódio reacende o debate sobre limites na comunicação entre humanos e inteligências artificiais, especialmente quando envolvem indivíduos vulneráveis.

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