Maioria dos brasileiros ainda prefere publicidade criada por pessoas, indica pesquisa da Ipsos

São Paulo, 14 de julho de 2025 – A inteligência artificial avança nas campanhas de comunicação, mas o público brasileiro continua a valorizar o trabalho humano. É o que mostra o AI Monitor 2025, levantamento global da Ipsos realizado em 30 países. No Brasil, 62% dos entrevistados dizem preferir anúncios desenvolvidos por pessoas, enquanto 22% optam por criações geradas por IA.

Preferência pelo toque humano

Além da publicidade, a preferência se repete em outros formatos. No jornalismo, 67% querem textos redigidos por profissionais – apenas 18% escolhem a tecnologia. Em sites de marketing para clientes, 61% defendem conteúdo humano, diante de 21% favoráveis à IA. Para filmes de streaming ou cinema, 67% indicam predileção por roteiros tradicionais, e 16% preferem produções automatizadas.

Confiança nas marcas

A confiança do consumidor varia conforme o uso da tecnologia. Quando a IA serve para aprimorar imagens de produtos, 35% dizem confiar mais nas marcas, 20% confiam menos e o restante mantém a mesma postura. Caso a ferramenta seja empregada na criação de fotos ou vídeos publicitários, 38% aprovam, enquanto 20% demonstram desconfiança.

Em funções utilitárias, a aceitação sobe: 38% concordam com o uso de IA em descrições e instruções de produtos, contra 20% que discordam. Para avaliações e resenhas, 34% apoiam a adoção e 21% se mostram contrários.

Expectativas para o futuro

O cenário projetado pelos entrevistados aponta impacto crescente da tecnologia. Sete em cada dez brasileiros (72%) acreditam que a IA transformará profundamente a produção de peças publicitárias, e 70% consideram provável que mensagens sejam cada vez mais direcionadas por algoritmos. Outros 69% preveem a redação de notícias e artigos por sistemas inteligentes, enquanto 68% estimam scripts de séries e filmes gerados por IA.

No campo político, 68% veem como provável a utilização de vídeos realistas produzidos por IA em campanhas eleitorais, e a mesma proporção teme a ampliação de ações de desinformação.

Governança e transparência

Segundo Priscilla Branco, diretora de public affairs da Ipsos Brasil, líderes empresariais discutem a necessidade de adotar políticas de transparência e criar comitês internos de ética em IA para revisar campanhas, avaliar riscos e realizar auditorias. Ela defende também programas contínuos de capacitação para acompanhar a rápida evolução das ferramentas e das percepções do público.

A pesquisa entrevistou 23.216 adultos entre 21 de março e 4 de abril de 2025. No Brasil, a amostra foi de 1.000 pessoas residentes em áreas urbanas, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.

Eu sou apaixonado por escrever e pesquisar assuntos fascinantes. Com uma mente curiosa e inquieta, busco constantemente explorar novas ideias e descobrir insights inspiradores.