A Meta iniciou a construção do Hyperion, centro de dados projetado para fornecer cinco gigawatts (GW) de capacidade computacional ao recém-criado laboratório de inteligência artificial da companhia. O anúncio foi feito por Mark Zuckerberg na segunda-feira, em publicação na plataforma Threads.
Segundo o executivo, a instalação ocupará uma área comparável à maior parte da ilha de Manhattan. Além disso, a empresa pretende ativar em 2026 o Prometheus, supercluster de um GW que, se cumprir o cronograma, colocará a Meta entre as primeiras empresas de tecnologia a operar infraestrutura dessa escala.
Com Hyperion e Prometheus, a Meta busca reforçar sua posição na disputa por modelos de IA avançados, hoje liderada por OpenAI, Google DeepMind e Anthropic. A disponibilidade de grande poder computacional também pode atrair profissionais especializados interessados em desenvolver sistemas de fronteira.
O consumo combinado dos dois projetos deve ser suficiente para abastecer milhões de residências, demandando grandes quantidades de eletricidade e água das comunidades vizinhas. Em Newton County, Geórgia, um empreendimento semelhante da Meta já provocou falta d’água em algumas moradias, de acordo com reportagem do The New York Times.
Iniciativas de outras companhias seguem trajetória semelhante. A CoreWeave planeja ampliar um centro de dados que poderá dobrar o consumo de energia de uma cidade próxima a Dallas, no Texas. OpenAI, Oracle e SoftBank desenvolvem o Stargate, enquanto a xAI trabalha no supercomputador Colossus.
O governo do ex-presidente Donald Trump apoia projetos desse tipo e participou do anúncio do Stargate. Mais recentemente, o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, defendeu em artigo na The Economist o protagonismo do país no próximo grande uso intensivo de energia: a inteligência artificial. Ele afirmou que o governo pretende acelerar a geração a partir de carvão, nuclear, geotérmica e gás natural para atender à nova demanda.
Estimativas de especialistas indicam que centros de dados podem representar 20% do consumo de energia dos Estados Unidos até 2030, ante 2,5% em 2022, cenário que pressiona autoridades e empresas a ampliar a oferta de eletricidade e mitigar impactos nas comunidades.