A Qualcomm revelou os novos processadores Snapdragon W5 Gen 2 e W5+ Gen 2, a primeira atualização da sua linha para wearables em três anos. A principal novidade é a integração nativa de mensagens via satélite, funcionalidade inédita no ecossistema Wear OS.
Comunicação por satélite no pulso
Graças ao subsistema Narrowband Non-Terrestrial Network (NB-NTN), os relógios equipados com os novos chips poderão enviar e receber mensagens diretamente pela rede satelital, dispensando qualquer ligação a um smartphone. A funcionalidade destina-se a situações de emergência, como perda de orientação em trilhos, acidentes em zonas sem cobertura móvel ou catástrofes naturais que interrompam as redes terrestres.
Num vídeo de demonstração, a Qualcomm mostrou cenários predefinidos — lesão, fogo, extravio — em que o utilizador alinha o relógio com o satélite e transmite o alerta de forma simplificada.
Localização até 50 % mais precisa
O fabricante também introduziu o Location Machine Learning 3.0, sistema que reduz erros de posicionamento causados por reflexos em centros urbanos ou florestas densas. Segundo a Qualcomm, a precisão do GPS melhora até 50 % face à geração anterior, aumentando a fiabilidade em percursos pedestres, ciclismo ou navegação automóvel.
Primeiro teste no Pixel Watch 4
O Google Pixel Watch 4, lançado hoje, é o primeiro dispositivo comercial a utilizar o Snapdragon W5+ Gen 2. Diferentemente das soluções da Apple ou de outras marcas que exigem um smartphone para aceder a serviços de satélite, o relógio da Google executa tudo no próprio pulso.

Impacto no mercado Wear OS
Com esta atualização, a Qualcomm procura revitalizar o segmento Wear OS, que tem perdido terreno para Apple Watch e Galaxy Watch, ambos com processadores proprietários. A chegada de uma função inédita cria margem para fabricantes apresentarem relógios com argumentos diferenciadores num mercado onde o ritmo de inovação abrandou, de acordo com a consultora Counterpoint Research.
Embora a Huawei já ofereça mensagens por satélite no Watch Ultimate, trata-se de um produto de nicho e com disponibilidade limitada. O suporte integrado nos novos chips da Qualcomm abre a porta a implementações globais em diversos modelos e faixas de preço.
A Qualcomm não divulgou datas específicas para dispositivos adicionais, mas parceiros como Xiaomi, Samsung e Fossil poderão adotar os chips ainda em 2025. Se os números de eficiência e precisão forem confirmados, os smartwatches com Wear OS poderão deixar de ser vistos apenas como acessórios de fitness e tornar-se equipamentos de segurança pessoal e navegação fiável.