A Relace, startup de infraestrutura para inteligência artificial oficialmente registrada como Squack Inc., encerrou uma rodada de série A no valor de 23 milhões de dólares. O aporte foi liderado pela Andreessen Horowitz e contou com a participação da Matrix Partners e da Y Combinator. O objetivo é acelerar o desenvolvimento de uma base tecnológica que permita a agentes de IA gerar, testar e integrar código diretamente em ambientes de produção.
A empresa é comandada pelo diretor-executivo Preston Zhou e pelo diretor de tecnologia Eitan Borgnia. Com uma equipa de apenas oito pessoas, o grupo foca-se em criar modelos compactos e de baixa latência, capazes de oferecer aos agentes de programação a mesma experiência de desenvolvimento já disponível para engenheiros humanos.
Infraestrutura pensada para máquinas, não humanos
Segundo os fundadores, o crescimento de ferramentas que produzem código por meio de IA transferiu o gargalo do ato de escrever para o de executar e manter esse código. Hoje, cada empresa constrói isoladamente ambientes de testes, sistemas de controle de versão e sandboxes. A Relace quer transformar esses componentes em serviços geridos, tal como ocorreu com bases de dados e plataformas de implantação.
Para isso, a companhia desenvolve três categorias de modelos: apply, que incorporam alterações geradas por IA em projetos reais sem necessidade de ajustes manuais; embedding, responsáveis por localizar trechos relevantes em grandes repositórios de código em segundos; e reranking, que filtram múltiplas saídas de IA e selecionam a mais precisa, reduzindo falhas e “alucinações”. Esses modelos podem ser acoplados a LLMs genéricas ou especializadas, melhorando qualidade e desempenho do código entregue.
A plataforma já é utilizada por empresas como Lovable Inc., Magic Patterns e Orchids. De acordo com Zhou e Borgnia, a combinação de modelos de embedding e reranking disponibiliza contexto em até dois segundos, enquanto o apply model processa mais de 10 000 tokens por segundo ao integrar mudanças em arquivos.
Com o novo capital, a Relace planeia ampliar a equipa de engenharia, desenvolver modelos adicionais e atrair clientes corporativos interessados em fluxos de trabalho orientados a agentes. A empresa acredita que, ao oferecer infraestrutura otimizada, pode acelerar a adoção de programação totalmente automatizada em escala industrial.
