A Realbotix iniciou nesta semana a primeira operação comercial do seu robô humanoide Aria, agora responsável por atender visitantes no quiosque Tix4, localizado no centro comercial Fashion Show Las Vegas. A partir de 7 de agosto, a unidade passa a contar com a presença permanente da assistente robótica para orientar turistas sobre espetáculos, atrações, restaurantes e reservas de ingressos na capital mundial do entretenimento.
O projeto marca a entrada oficial da Realbotix no mercado de serviços ao consumidor, após anos de desenvolvimento de plataformas de conversação baseadas em inteligência artificial. Reconhecida pelos símbolos XBOT nas bolsas de Toronto, Frankfurt e OTC, a empresa aposta na exposição no coração da Strip para demonstrar a capacidade de seus sistemas de linguagem natural, reconhecimento de emoções e interação multimodal.
Atendimento personalizado em múltiplos idiomas
Instalada em um dos pontos de maior fluxo turístico dos Estados Unidos, a Aria foi configurada para fornecer recomendações em tempo real sobre os shows mais procurados, atrações em destaque e opções gastronômicas. O robô compreende perguntas formuladas de forma livre, responde em diferentes línguas e sugere alternativas de acordo com preferências, horários e tamanho do grupo. Exemplos de solicitações incluem “O que está passando na Sphere hoje à noite?” ou “Onde consigo mesa para seis pessoas em um restaurante italiano na próxima sexta-feira?”.
Segundo a Realbotix, o sistema de IA embutido na Aria identifica intenções, detecta nuances emocionais e adequa o tom de voz para manter a interação natural. Em um cenário com público internacional, a funcionalidade multilingue foi apontada como essencial para ampliar o alcance do Tix4, empresa especializada na venda de ingressos com desconto para eventos em Las Vegas.
Para o quiosque, a adoção da robô representa uma ferramenta adicional de suporte, capaz de operar de forma contínua, reduzir filas e oferecer respostas instantâneas a perguntas frequentes sobre disponibilidade de bilhetes, políticas de cancelamento e opções de transporte até os locais dos espetáculos. A companhia local reforça que o robô não substitui a equipe humana, mas complementa o atendimento, sobretudo em períodos de maior movimento.
O modelo instalado segue um design modular, de fácil manutenção, com componentes de captação de áudio e vídeo integrados a um software de diálogo treinado pela Realbotix. A arquitetura permite atualizações remotas, ajuste de conteúdo e inclusão de novos idiomas sem necessidade de alterações físicas na máquina.
Para além de entretenimento, a companhia canadense aponta setores como hotelaria, aeroportos, hospitais e museus como alvos imediatos para implantações semelhantes. A ideia é posicionar unidades em locais de alto tráfego, automatizando tarefas de recepção, triagem de informações e orientação de visitantes.
Andrew Kiguel, presidente-executivo da Realbotix, afirma que a estreia no Fashion Show Las Vegas mostra a maturidade da tecnologia. Em nota divulgada pela empresa, o executivo destaca o potencial de “elevar a experiência do cliente em ambientes típicos de viagem” e cita usos futuros em balcões de check-in de hotéis e terminais aéreos, onde a demanda por suporte rápido e multilingue é constante.
Dados da autoridade de turismo local indicam que Las Vegas recebeu mais de 42 milhões de visitantes no último ano medido, fato que torna a região um laboratório relevante para soluções comerciais de IA. O fluxo intenso de turistas internacionais cria um conjunto diversificado de perguntas, sotaques e expectativas, colocando à prova a robustez dos algoritmos de compreensão de linguagem natural.

Pelo lado do Tix4, o diretor-executivo Andrew Shack observa que a presença da Aria oferece um “diferencial futurista” ao quiosque. Para ele, além do aspecto visual que chama a atenção dos passantes, o robô atua como guia inteligente, cruzando informações de agenda de shows, preços e localização para sugerir as melhores opções a cada perfil de visitante. A empresa espera que a iniciativa aumente o tempo médio de interação com o ponto de venda e, consequentemente, gere incremento nas conversões de bilhetes.
Durante o período de testes, a Realbotix acompanhará métricas como número de diálogos concluídos, nível de satisfação reportado pelos usuários e impacto na produtividade da equipe humana. A intenção é coletar dados que fundamentem contratos em escala com outras operações de varejo e hospitalidade. A companhia lembra que a Aria foi concebida para produção em massa e pode ser customizada em aparência, voz e personalidade conforme a identidade de cada marca.
Embora classificada como “engajamento limitado” pela Realbotix, a implantação não possui prazo final já definido publicamente. Representantes da empresa explicam que a duração dependerá da recepção do público e das análises de desempenho. Profissionais de imprensa interessados em observar a interação podem agendar visita diretamente com o time de relações institucionais da fabricante.
Com a colocação do primeiro robô em um ambiente de grande circulação, a Realbotix avança na transição de protótipos para produtos rentáveis, reforçando a disputa por espaço no segmento de atendimento automatizado. O sucesso da Aria em Las Vegas servirá de termômetro para novas instalações e pode acelerar a adoção de humanoides em filas de check-in, balcões de informação e até triagem básica em unidades de saúde, onde a rapidez no fornecimento de dados ao paciente ou visitante impacta diretamente a operação.
Na visão da empresa, robôs dotados de conversação natural e aparência humanizada podem reduzir custos, otimizar turnos e oferecer disponibilidade 24 horas, enquanto preservam a qualidade do contato pessoal, diferenciando-se de quiosques tradicionais baseados apenas em telas. A Realbotix acredita que, à medida que a familiaridade do público com interfaces de IA aumenta, a aceitação de assistentes físicos será cada vez maior, abrindo caminho para modelos de serviço nos quais humanos e robôs trabalhem de forma complementar.
Com a vitrine de Las Vegas, a companhia pretende comprovar que a próxima etapa da automação de atendimento já é realidade comercial, sustentada por hardware escalável, software atualizado em nuvem e integração a sistemas de reservas. Para o visitante, a Aria surge como a primeira interação tangível com esse futuro, pronta para sugerir o melhor espetáculo da noite ou indicar o restaurante mais adequado — tudo em questão de segundos e em diversos idiomas.