Uber testa microtarefas de IA para motoristas e entregadores nos EUA

A Uber deu início a um projeto-piloto nos Estados Unidos que transforma motoristas e entregadores em colaboradores de treinamento de inteligência artificial. Pelo aplicativo, os parceiros podem aceitar “tarefas digitais” rápidas, como gravar áudios, fotografar veículos ou enviar imagens de documentos em determinados idiomas, recebendo pagamento extra por cada atividade concluída.

A iniciativa surge logo após a companhia adquirir a Segments.ai, startup especializada em rotulagem de dados. Com a compra, a Uber pretende consolidar um braço próprio de soluções de IA e aproveitar sua extensa base de trabalhadores para coletar, classificar e validar informações essenciais ao desenvolvimento de modelos de aprendizado de máquina.

Segundo a empresa, as microtarefas representam mais uma forma de “trabalho flexível” dentro da plataforma. A estratégia coloca a Uber em competição direta com serviços já estabelecidos no segmento de data labeling, como Scale AI e Mechanical Turk, da Amazon, que tradicionalmente recorrem a freelancers – muitos fora dos EUA – para executar esse tipo de demanda intensiva.

Como funcionam as tarefas

O aplicativo exibe um hub dedicado às atividades de IA. Entre as solicitações, os parceiros podem ser instruídos a:

  • Enviar fotos externas ou internas de seus carros;
  • Gravar áudios falando o idioma ou dialeto local;
  • Capturar a imagem de um documento redigido em língua específica.

Cada entrega validada gera remuneração adicional, cujo valor não foi detalhado pela empresa.

Atualizações no aplicativo

O pacote anunciado inclui outras mudanças voltadas a motoristas norte-americanos. A tela de ofertas de viagens foi reformulada para mostrar mais detalhes — como valor estimado e destino — e conceder mais tempo para aceitar ou recusar a corrida. O mapa de calor também foi aprimorado: agora aponta tempos médios de espera e áreas com tarifa dinâmica ativa.

uber tasks

Imagem: Internet

Em segurança, o recurso que permite a motoristas mulheres aceitarem apenas passageiras ganhará expansão nacional nos EUA, espelhando funcionalidade presente no Brasil desde 2020. Além disso, os condutores passam a definir uma nota mínima para passageiros, filtrando chamadas de usuários com avaliação inferior ao limite escolhido.

A Uber ainda promete ouvir a versão do motorista antes de aplicar punições em caso de reclamações de passageiro. Ocorrências menores poderão resultar apenas em restrições a categorias específicas do serviço, enquanto violações graves seguirão sujeitas a banimento definitivo.

Todas as novidades, inclusive as microtarefas de IA, permanecem restritas ao mercado norte-americano. A empresa não divulgou previsão para estender os recursos ao Brasil ou a outras regiões.

Com informações de Tecnoblog

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