O volume de postos de trabalho ligados à inteligência artificial avançou 261% entre 2021 e 2024, segundo o relatório The Fearless Future: 2025 Global AI Jobs Barometer, elaborado pela PwC. Apesar da expansão acelerada, especialistas apontam que competências humanas continuam decisivas para a empregabilidade.
Setores e perfis mais impactados
A pesquisa da PwC indica que funções com maior exposição à IA registraram aumento de 135% nas habilidades exigidas dos profissionais. No Brasil, o progresso é perceptível em agricultura, mineração, lazer e cultura, transporte, armazenamento, energia e abastecimento de água.
Demanda por competências socioemocionais
O The Future of Jobs Report 2025, do Fórum Econômico Mundial (WEF), projeta que 34% das organizações modificarão seus modelos de negócio até 2030. O documento prevê alta procura por resiliência, flexibilidade, agilidade, liderança e influência social, em conjunto com a requalificação tecnológica.
Empatia e criatividade como diferenciais
Para o diretor da consultoria Transite, Vinicius Walsh, habilidades como empatia e criatividade serão fundamentais até o fim da década. Segundo ele, compreender necessidades emocionais ou culturais de clientes é algo que a IA não reproduz com exatidão. A criatividade, acrescenta, permite gerar ideias e soluções inéditas a partir desse entendimento.
Transição de carreira e novos nichos
Walsh observa que a automação de tarefas mecânicas reduz o tempo das operações com auxílio de chatbots e modelos generativos, enquanto abre espaço para atividades que exigem julgamento humano. Nos próximos cinco anos, ele estima crescimento expressivo na economia assistencial, beneficiando profissionais de enfermagem, assistência social, cuidados pessoais e educação, além de trabalhadores rurais, entregadores e operários da construção civil.
Formação voltada ao futuro
O especialista ressalta que competências como comunicação interpessoal, pensamento crítico e capacidade de lidar com ambiguidades não são plenamente automatizáveis e agregam valor às marcas. Para atender às novas exigências, Walsh defende estimular desde cedo a curiosidade, a experimentação e a educação socioemocional, complementando a formação técnica.