Vídeos criados por IA impulsionam desinformação e colocam confiança pública em xeque

São Paulo – A disseminação de vídeos produzidos por inteligência artificial (IA) ganhou força nas redes sociais e acendeu um alerta sobre a segurança da informação, a integridade de pessoas retratadas e o impacto na confiança coletiva.

Como a tecnologia evoluiu

Ferramentas capazes de gerar imagens hiper-realistas existem há alguns anos, mas, até recentemente, o acesso era limitado a especialistas. Desde o início de 2024, grandes empresas de tecnologia ampliaram o uso desses recursos, reduzindo barreiras técnicas e de custo. O resultado é uma oferta massiva de conteúdos manipulados, que vão de vídeos humorísticos, como a personagem fictícia Marisa Maiô — uma sátira de programas de auditório — a produções com fins políticos ou criminosos.

Impacto na política e na vida privada

Analistas observam que a facilidade de alteração de imagens amplia o risco de manipulação eleitoral. Pessoas reais aparecem em ações que nunca praticaram, muitas vezes em situações comprometedoras. Há também registros de extorsão e vingança envolvendo vídeos pornográficos falsos, que utilizam o rosto de vítimas anônimas.

Mecanismos de controle insuficientes

Plataformas digitais afirmam adotar filtros para barrar conteúdos lesivos, mas admitiram que não conseguem impedir todos os abusos. Figuras públicas, cujo controle de imagem é mais limitado, relatam dificuldades para remover material falsificado a tempo de conter danos, dada a velocidade de compartilhamento.

Risco global reconhecido

Em janeiro de 2024, o Fórum Econômico Mundial classificou a desinformação potencializada por IA como o risco mais grave para a humanidade em 2024 e 2025. O relatório aponta que vídeos sintéticos minam a credibilidade de registros audiovisuais, antes considerados prova confiável de acontecimentos.

Consequências para a sociedade

A banalização do irreal cria incerteza sobre a autenticidade de qualquer registro em vídeo ou fotografia. Especialistas destacam que sociedades precisam de fontes críveis para evoluir e defendem o jornalismo profissional como instância de verificação, por meio de checagem rigorosa de informações e divulgação transparente de métodos.

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